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Prefeitura inicia Projeto Era Uma Vez…Brasil junto à rede municipal

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Foi com alegria que professores de História do 8º ano do ensino fundamental da Rede Pública Municipal de Ensino participaram do início da atividade do Projeto Era Uma Vez… Brasil que acontece em Camaçari de forma inédita. Com o tema “Quem conta a nossa história? A participação indígena e afro-brasileira na formação do Brasil”, a capacitação dos docentes foi a primeira atividade da iniciativa, lançada nesta sexta-feira (25).

 

Em sua 9ª edição, a iniciativa de arte-educação da Origem Produções tem apoio da Lei Federal de Incentivo à Cultura por meio do Ministério da Cultura (Minc), bem como da Prefeitura de Camaçari, por meio da Secretaria de Educação (Seduc). O lançamento aconteceu no auditório da Diretoria Pedagógica (Dipe), situada à Rua Francisco Drumond, no Centro.

Para o secretário de Educação, Márcio Neves, o projeto traz para toda a rede, principalmente para a área de ciências humanas, uma nova perspectiva de ensino. “É uma história decolonizadora [aquela que questiona efeitos da colonização na sociedade], que possibilita o desenvolvimento do senso crítico do estudante. Esse projeto mexe com o imaginário do profissional de educação, mas também com o nosso principal objetivo, que é a formação dos nossos jovens, dos nossos estudantes”, declarou o também educador, reafirmando a disposição da pasta em disputar a atenção da juventude, frente a tantas seduções oferecidas pelo mundo.

A facilitadora e mestre em História, Sheyla Trapiá, responsável pela sensibilização dos educadores, desenvolveu o subtema “Fatos Históricos” a partir do eixo “Trajetórias e contextos: existências negras e indígenas na história do Brasil”. Na oportunidade, ela disse que a ideia principal era a de mostrá-los que é possível trazer personagens históricos, negros e indígenas que, por muito tempo, foram esquecidos da historiografia nacional, dentro do próprio conteúdo programático indicado pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para a disciplina de História, sem aumentar o volume de trabalho do educador.

 

Segundo Trapiá, o objetivo do primeiro encontro foi dar ferramentas aos professores para eles perceberem isso. “Trabalhando com a ideia de trajetórias históricas, de populações, de indivíduos, na verdade, negros e indígenas, a exemplo de pensadores como Lélia Gonzalez, Ailton Krenak, trazendo também outros personagens como Tereza de Benguela [líder quilombola no Brasil colonial] e a Maria Firmino dos Reis, maranhense primeira escritora negra abolicionista brasileira”, exemplificou.

 

Marici Vilar, coordenadora-geral do projeto, abordou, em linhas gerais, a dinâmica da iniciativa. “A cada duas edições, a gente muda a curadoria e o tema. No total, são quatro etapas, iniciada com essa formação dos professores. No segundo momento, eles apresentam esse tema [Quem conta a nossa história? A participação indígena e afro-brasileira na formação do Brasil] para os alunos, quando terão que desenvolver uma HQs [história em quadrinhos], que passará por nossa avaliação. Em Camaçari, conheceremos os 40 melhores alunos autores que vão participar de uma imersão no mês de junho, durante as férias escolares, em contato direto com lideranças indígenas e quilombolas, que é a segunda etapa do projeto, de onde sairá o curta-metragem”, disse.

 

As terceira e quarta fases compreendem as etapas de intercâmbio e a devolutiva para a comunidade local. O intercâmbio cultural acontecerá em Portugal, em novembro, fechando com a devolutiva em dezembro. 

 

Ainda, segundo a coordenadora-geral do projeto, podem ser até 15 alunos por cidade participante. “A gente viaja mais ou menos com 140 estudantes para esse intercâmbio, e lá eles apresentam a HQs, que estará em formato de livro impresso, para estudantes das escolas públicas portuguesas. Depois dessa experiência eles partem para elaborar a devolutiva para as comunidades deles”, explicou.

 

Na Bahia, em 2025, além de Camaçari, o Projeto Era Uma Vez… Brasil passa por cidades, como Salvador, Jacobina e Mata de São João, município onde a professora da rede de ensino Márcia Muniz, teve a primeira oportunidade de vivenciá-lo, em 2017.  “Eu aprendi muito no projeto, porque é algo realmente transformador. O grande diferencial já começa aí, porque a gente não tem projetos na área de História. Então, participem”, convocou os demais colegas, a engajada educadora.

 

Atualmente, trabalhando no Colégio Municipal São Tomaz de Cantuária, localizado no Centro, na sede do município, o professor Ricardo Santos parabenizou a iniciativa do governo municipal. Lecionando desde 2018 na rede, o educador percebe que a própria população estudantil não se entende enquanto pessoas negras. “E nem conhecem alguns elementos da cultura de Camaçari que são relacionados à cultura indígena, como até o próprio nome da cidade, assim como as comunidades quilombolas da região. Trazer essa discussão, trazer algo que venha a fomentar, e isso para que a gente possa se instrumentalizar e colocar em sala de aula, é muito pertinente”, reconheceu.

 

O Projeto Era Uma Vez… Brasil já mobilizou mais de 22,6 mil estudantes, em mais de 500 escolas públicas, de 35 municípios da Bahia, Pernambuco, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná.

 

 
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